O vazamento de óleo no Golfo do México

A Explosão da Deepwater Horizon

 O vazamento de óleo no Golfo do México, que atingiu a costa do estado americano da Louisiana, chegando a uma ilha perto do Delta do Rio Mississipi e ameaçando a fauna e a flora da região, pode ser o maior desastre ambiental da história dos EUA provocado por vazamentos de petróleo. Até então, o Exxon Valdez, que em 1989 despejou 41 milhões de litros de óleo em uma área de vida selvagem no Alasca, tinha sido o mais prejudicial. Porém, segundo o The Independent , a calamidade ambiental no Golfo do México, onde estão sendo despejados pelo menos cinco mil barris por dia, pode ser pior, justamente porque uma plataforma petrolífera - e neste caso são três vazamentos em dutos de um poço submarino a 1.525 metros de profundidade - pode despejar uma quantidade muito maior de óleo do que um navio, que transporta uma quantidade limitada. A secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos disse:

- O Valdez tinha uma quantidade mensurável de óleo porque era um navio. Mas e agora?

Os governadores da Flórida, Charlie Crist, e do Alambama, Bob Riley, decretaram situação de emergência nas regiões costeiras de seus estados. Na Flórida, estão em alerta os condados de Escambia, Santa Rosa, Okaloosa, Walton, Bay e Gulf. O primeiro a decretar estado de emergência foi Louisiana, decisão tomada depois de a Guarda Costeira americana revelar que a quantidade de petróleo que vaza é cinco vezes maior do que se pensava.

Nesta sexta-feira, um porta-voz da Casa Branca anunciou que não serão mais permitidas novas explorações pelas plataformas de petróleo nos Estados Unidos até que as causas da explosão no Golfo do México sejam esclarecidas. A plataforma Deepwater Horizon, da empresa suíça Transocean Ltd, afundou em 22 de abril, dois dias depois de ter explodido, enquanto terminavam um poço para a BP a cerca de 64 quilômetros da desembocadura do Rio Mississippi.

- Não autorizamos mais que nenhuma plataforma explore novas áreas até que seja descoberto o que aconteceu no Golfo e se o acidente poderia ter sido evitado - disse o assessor da Casa Branca David Axelrod.

A decisão impede que os planos inciais de Obama sejam concretizados: em março, o presidente havia proposto uma expansão limitada das plataformas como forma de atrair o apoio dos republiucanos para as mudanças na legislação do clima.

Esforços dramáticos para conter avanço

O vazamento de óleo que chegou à costa ameaça a fauna e a flora da região. A Guarda Costeira dos Estados Unidos busca formas de conter a propagação da mancha para que não atinja outros estados. Devido a uma ordem urgente do presidente Barack Obama, a secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos Janet Napolitano, O secretário do Interior Ken Salazar e a gerente da Agência de Proteção do Meio Ambiente Lisa Jackson vão nesta sexta-feira voar até a área do Golfo para avaliar melhor a catástrofe.

Louisiana abriga cerca de 40% dos pântanos e mangues americanos e é o habitat de inúmeras espécies de peixes e aves. Os danos ao meio ambiente são enormes e os principais impactos são para a vida marinha e o mercado pesqueiro, já que a temporada de pesca de Texas, Louisiana e Mississipi reabriu no dia 19 de abril.
A guarda costeira dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira à noite o novo vazamento da plataforma que explodiu e afundou no Golfo do México na semana passada . O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que usará "todos os recursos disponíveis" para ajudar a conter o vazamento, apesar de a companhia britânica de petróleo BP ser a principal responsável pelos custos da operação.